quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O hábito do consumo de esteróides (anabolizantes) e suas conseqüências

Uma pesquisa publicada em 2009 na revista Current Opinion in Endocrinology Diabetes e Obesity, realizada com 500 usuários de hormônios masculinos, nos Estados Unidos, revelou que 78% deles não tinham motivos esportivos para o consumo, 60% usavam doses consideradas muito altas, 99% usavam formulações injetáveis que eles mesmos aplicavam e 13% admitiam práticas de risco, como o reuso de seringas e o compartilhamento de agulhas. Além disso, 25% dos usuários de hormônios masculinos associavam outras drogas aos esteróides, como o hormônio de crescimento, por exemplo.
Um dos primeiros efeitos colaterais do abuso de androgênios é a acne. Esses hormônios levam à hipertrofia das glândulas sebáceas com aumento de sua secreção e proliferação de bactérias causadoras da acne. Os suplementos de proteína Whey, usados largamente em academias e fora delas, agravam esse efeito colateral dos hormônios masculinos, pois a proteína do soro do leite, utilizada nesse produto, tem um forte efeito estimulante da insulina e um efeito sinérgico aos andrógenos, causando acne.
Ao lado da hipertrofia das glândulas sebáceas, a preocupação com relação ao abuso de andrógenos, principalmente em associações hormonais, é a potencial indução de proliferação celular, envolvendo outras glândulas e órgãos, aumentando a possibilidade do câncer, aterosclerose e infarto.  Não é rara a veiculação através da mídia de casos de jovens atletas que sucumbem diante da toxicidade cardiovascular do hormônio masculino e suas associações milagrosas, com infartos e mortes súbitas mal explicadas, acometendo corpos jovens com corações hipertrofiados como seus bíceps.
O uso de suplementos de hormônios masculinos no homem pode levar também à redução da produção de espermatozóides e do volume testicular, aumento da próstata, desenvolvimento de mamas e sinais de feminização. Na mulher ocorre o oposto: aumento dos pelos corporais, suspensão das menstruações, atrofia mamária, calvície, engrossamento da voz e sinais mais graves de masculinização. Finalmente, chama atenção também entre os usuários de esteróides, várias complicações psiquiátricas, como o abuso de outras drogas ilícitas, transtornos do humor e comportamento agressivo com violência doméstica, além de crimes contra o patrimônio público.
Atualmente, estamos perto de ver o que aconteceu nesses últimos 20 anos de abuso de hormônios masculinos e suas associações malucas, pois os primeiros usuários ou ex-usuários estão chegando à média idade e sabemos que os efeitos tóxicos desses preparados tem efeitos a longo prazo. Ainda temos muito o que aprender para que nossos argumentos contra o uso destas drogas sejam mais convincentes para as gerações futuras, que buscam nossos consultórios com o objetivo de alcançarem ‘aquele corpo perfeito’, praticamente ainda na infância.

Fonte: UOL

Campanha zero imposto para medicamentos


 Considerações
- O medicamento é um produto para a saúde e considerado estratégico e de interesse público.
- O mercado brasileiro de medicamentos já é considerado o 8º maior do mundo com 3,06%
- A constituição federal considera a saúde um direito de todo brasileiro e dever do Estado
- O acesso ao medicamento ainda é restrito para grande parte da população e que essa população não o encontra disponível na rede pública
- A carga tributária médiasobre medicamentos é de 33,9% 
- A média mundial da carga tributária de medicamentos  é de 6,3% (não considerando o Brasil)
- Muitos paises já possuem carga zero ou próximo do zero, entre eles EUA, Canadá, Suécia, Venezuela, Colômbia e México
- Considerando que o imposto sobre o medicamento veterinário é de 13,1%
- Que essa politica arrecadatória predatória torna o setor farmacêutico o 5º. Maior em arrecadação
- Que o retorno desses impostos na forma de incentivo a pesquisa e desenvolvimento para as indústrias produtoras é praticamente nulo.
- Que o retorno dos impostos para a assistência farmacêutica dos municipios é irrisório face a demanda da sociedade por medicamentos
-Que o fornecimento de medicamentos para doenças graves é extremamente limitado obrigando grande parte da população a judicializar sua demanda para conseguir seu tratamento
 
Proposituras
- Formar uma grande base de apoio para zerar os impostos de medicamentos
-Agregar o apoio das entidades representativas dos produtores de medicamentos, atacadistas, varejistas
- Agregar o apoio dos sindicatos de farmêuticos do Brasil assim com a Federação
- Agregar o apoio do CFF e os CRFs
- Agregar o apoio dos demais Conselhos profissionais da área da saúde além dos seus respectivos sindicatos
-Agregar a sociedade organizada através das entidades e associações de pacientes
- Conseguir apoio de uma grande bancada de parlamentares para essa demanda
- Promover cursos e palestras sobre o tema
-Promover inserção de material explicativo nas midias disponíveis
- Envolver toda a sociedade através das redes sociais
- Promover a criação de um comitê organizador multisetorial para gerir essa campanha

Iniciadores da campanha
Marcelo Polacow Bisson – Vice Presidente do CRF-SP
Pedro Eduardo Menegasso – Tesoureiro do CRF-SP
Margarete Akemi Kishi – Secretária Geral do CRF-SP

No TWITTER use a Tag #zeroimpostoparamedicamentos @patrickluis

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estudo CONFIRMA que pílulas anticoncepcionais NÃO provocam ganho de peso.

Segundo pesquisadores, crença pode estar atribuindo ganho de peso que ocorre com a idade ao medicamento

SÃO PAULO - É verdade que as pílulas anticoncepcionais provocam o ganho de peso? Segundo uma nova pesquisa conduzida nos Estados Unidos, não. Os resultados do estudo foram publicados na revista Human Reproduction.

Na pesquisa, os cientistas acompanharam macacos-rhesus, que têm um sistema reprodutivo praticamente idêntico ao humano, durante um ano. O estudo realizado com animais tem uma vantagem, no entanto: as variáveis podem ser medidas e controladas mais facilmente, o que torna os dados mais importantes.

No início do estudo, metade dos animais eram obesos. Durante um tratamento de oito meses, os animais receberam anticoncepcionais por via oral, ajustados ao peso que apresentavam, de forma que a dosagem imitasse a que as mulheres recebem. Os pesquisadores monitoraram o peso, a alimentação, os níveis de atividade física, gordura corporal e massa muscular dos animais. Na conclusão do estudo, o grupo de peso normal permaneceu estável e o grupo obeso perdeu peso (8,5%) e gordura corporal (12%) devido ao aumento do metabolismo basal. Não foram vistas mudanças na ingestão de alimentos ou atividade física em nenhum dos grupos.

"Esse estudo sugere que as preocupações sobre ganho de peso com o uso de pílulas anticoncepcionais parecem ser mais baseadas na ficção que em fatos", afirmou Judy Cameron, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo. "Além disso, pode haver um efeito diferente dependendo do peso com que você começa a usar o medicamento. Provavelmente, a razão pela qual essa crença continua a existir é por que o ganho de peso que parece acontecer com a idade está sendo atribuído às pílulas."

Fonte: Estadão

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

20 de Janeiro - Dia do Farmacêutico

Desde os primórdios da civilização, a busca pela cura das doenças é uma das grandes preocupações da humanidade. A Farmácia, que se dedica à arte da pesquisa e do preparo de medicamentos, e ao conhecimento dos mecanismos de ação desses remédios nos seres vivos, é uma das mais antigas e belas ciências da história da humanidade. Registros históricos revelam que há mais de 2.600 anos os chineses manipulavam remédios extraindo substâncias das plantas. Os egípcios, há mais de 1.500 anos, preparavam medicamentos utilizando substâncias vegetais, animais e minerais. Na Grécia antiga destacaram-se Hipócrates e Galeno, considerados, respectivamente, pai da Medicina e da Farmácia. Na Idade Média surgiram os alquimistas tentando utilizar a química na preparação de medicamentos transformando matérias-primas da natureza em produtos aperfeiçoados e úteis à humanidade. Nasceram, então, os estabelecimentos chamados “boticas” onde eram manipulados medicamentos. No Brasil, o Padre José de Anchieta, que dedicou parte do seu trabalho à pesquisa e ao estudo de plantas com efeitos medicinais, é considerado o primeiro Farmacêutico desta terra.
Essas antigas práticas contribuíram, ao longo dos anos, para o desenvolvimento da Farmácia como ciência, profissão e atividade industrial e comercial. Elas também ensejaram a criação dos Cursos Superiores de Farmácia e Bioquímica, tendo em vista o conhecimento científico dos princípios ativos das plantas, dos minerais e dos microorganismos e seu uso na cura das doenças, na fabricação de produtos farmacêuticos e nas análises clínicas, toxicológicas e bromatológicas.
Como toda atividade científica e tecnológica, a profissão de Farmacêutico está em processo permanente de mudança e renovação. Esse profissional, além de possuir inúmeras atribuições conhecidas na área de medicamentos-  incluindo a manipulação de drogas e Assistência Farmacêutica Clínica e Hospitalar, é  responsável pela análise dos alimentos e pela indústria de medicamentos e cosméticos. Área de grande atuação, sob responsabilidade do Farmacêutico-Bioquímico, é o laboratório de análises clínicas, que pode ser visto como ponte de ligação científica entre as ciências básicas da química, da bioquímica, da biologia e das ciências físicas com os princípios médicos para o diagnóstico e prognóstico das doenças.
A Ciência Farmacêutica, com todos os seus ramos de especialização, necessita simultaneamente da visão tecnicista e do olhar humanístico do profissional. Por isso, deve atuar sempre com o maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos fundamentais do ser humano. A dimensão ética do exercício da profissão deve levar em consideração, sem qualquer discriminação, o benefício do ser humano e da coletividade, por meio da prevenção, manutenção e recuperação da saúde, e da preservação do meio ambiente. Através de fármacos e defensivos, sua ação também se estende à preservação da saúde de animais e de plantas.
Por trás de uma dosagem bioquímica, de um hemograma, de uma cultura de bactérias ou mesmo das mais refinadas tecnologias da citometria de fluxo ou da biologia molecular, juntamente com o Farmacêutico-Bioquímico, está o diagnóstico de patologias ou a indicação de uma antibioticoterapia mais eficaz.
Dia 20 de janeiro é o Dia do Farmacêutico. Em comemoração a essa data, o Blog Farmacêutico em casa homenageia esse importante, fundamental e imprescindível membro das equipes multidisciplinares e agradece o trabalho que desenvolvem com tanta dedicação, competência e sabedoria.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Antibiótico: usar ou não usar, eis a questão...

Ao examinar uma criança ... com febre, logo pensamos em infecção ... infecção é a "ação exercida no organismo por agentes patogênicos: bactérias, vírus, fungos e protozoários" ... Bactérias são diferentes de vírus, de fungos e de protozoários ... fazendo com que precisemos de armas também diferentes para combatê-los ... A febre sobe no início da infecção, mostrando ... que está tendo briga no pedaço (nossos soldados encontraram os vírus e começaram a combatê-los). Depois do segundo ou terceiro dia, nosso organismo costuma dar conta do recado, a febre vai indo embora e as secreções (coriza, vômito, diarréia, muco) vão limpando a cena do combate.
As bactérias já são um pouco mais danadas que os vírus. Nosso exército até tenta lutar ... Aos poucos, o sinal de alerta vai se tornando mais frequente (a febre deixa de ser espaçada e aparece a intervalos cada vez menores) e a secreção (catarro) mais amarelada e esverdeada, mostrando que há muitas bactérias no pedaço. Nosso exército precisa de reforços! É aí que entra o antibiótico: um verdadeiro tanque de guerra que ... entra na circulação sanguínea e vai até o local de batalha ... com a finalidade de destruir as bactérias invasoras.
Se chamamos o tanque de guerra adequado (uso de antibiótico correto), conseguimos matar todas as bactérias, sem abalar as estruturas adjacentes ... Se o tanque de guerra for muito grande (antibiótico mais forte do que é preciso), ele acaba passando por cima de mais bactérias do que deve, fazendo um estrago desnecessário...
... se o tanque passar na rua em um momento em que não está tendo guerra de bactérias, mas guerra por vírus, ele vai ... matar tudo que tem ao redor, menos os agentes da infecção, já que os vírus não são destruídos por esta arma ... Além de não matar os vírus, pode ocorrer algo inusitado: uma bactéria paparazzi fotografa a arma e divulga para todas as outras como o tanque funciona. Quando ele aparecer para uma briga de verdade, as bactérias ruins já conhecerão o seu mecanismo de ação e, portanto, estarão RESISTENTES a este antibiótico, tornando-o ineficaz para o combate da infecção ...
Antibióticos... Nem sempre uma garganta vermelha tem bactérias para serem combatidas. Na maioria das vezes ... a infecção é causada por vírus. Portanto ... nada de sair por aí tomando antibiótico quando a garganta estiver irritada. O médico deve ser consultado para comprovar a real existência de bactéria, já que ela não usa uniforme com identificação!


FONTE: Blog do Tio Thiago

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O hábito de dividir comprimidos/cápsulas pode oferecer risco à saúde

MedicaçãoPesquisadores da Ghent University na Bélgica descobriram que cortar comprimidos pode levar pacientes a tomarem doses erradas. 
Os pesquisadores pediram a cinco voluntários que partissem oito comprimidos de diferentes tamanhos e formatos, utilizados para o tratamento de doenças como trombose, artrite e síndrome de Parkinson. Foram usadas três técnicas diferentes: uma faca de cozinha, uma tesoura e um cortador de comprimidos.
A pesquisa descobriu que 31% dos comprimidos cortados eram diferentes da dosagem correta. Das técnicas utilizadas, o cortador de comprimidos foi a mais eficiente, mas em 13% dos casos em que a ferramenta foi usada o corte foi incorreto. A Dr. Charlotte Verrue, responsável pela pesquisa, diz que há uma necessidade de dividir comprimidos para obter uma dosagem menor, mas que a maioria deles não é apropriada para serem cortados. “Os comprimidos partidos são frequentemente de tamanhos desiguais e uma porção considerável do comprimido pode ser perdida durante a divisão”. Ela afirma que seria melhor se dosagens diferentes ou fórmulas líquidas estivessem disponíveis no mercado, tornando o processo de partir comprimidos desnecessário.
A pesquisa foi publicada no Journal of Advanced Nursing.

Fonte: BBC

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um "novo" medicamento para emagrecer, ou mais um risco a saúde?

FDA avalia "novo" medicamento para obesidade, o QNEXA®CR

FDA avalia novo medicamento para obesidade, o QNEXA®CRFood and Drug Administration (FDA) reunirá os membros e consultores do Comitê de Consulta em Medicamentos Endocrinológicos e Metabólicos para avaliar a eficácia e a segurança de um novo medicamento para emagrecimento, o QNEXA®CR, que associa a fentermina ao topiramato.
QNEXA®CR (controlled release), desenvolvido pela VIVUS Inc., da cidade de Mountain View, na Califórnia, será avaliado pelo comitê do FDA. Se aprovado, será recomendado a pacientes obesos com índice de massa corporal1 (IMC) maior ou igual a 30 kg/m² ou pacientes com sobrepeso2 (IMC maior ou igual a 27 kg/m²) que tenham comorbidades associadas como hipertensão arterial3, diabetes tipo 24, dislipidemia e obesidade5 central (obesidade5 abdominal). As indicações são a perda de peso e a manutenção da perda de peso quando a medicação é usada em conjunto com modificações na dieta e a prática regular de exercícios físicos.
A cápsula consta de uma nova combinação de baixas doses de um tipo de anfetamina, a fentermina (1/8 a 1/2 das doses do mercado) e de um anticonvulsivante, o topiramato (1/16 a 1/4 das doses do mercado). Ambas são drogas já aprovadas nos Estados Unidos, mas precisam da avaliação e liberação do FDA para serem comercializadas em associação. A monoterapia com fentermina é aprovada para uso de curto prazo no tratamento da obesidade5 desde 1959 e o topiramato foi aprovado, em 1996, como monoterapia para o tratamento das convulsões e, em 2004, para uso na profilaxia das enxaquecas6.
A fentermina é um estimulante central que provoca um efeito anorético pela liberação de catecolaminas, como a norepinefrina (também conhecida como noradrenalina) no hipotálamo. Já o topiramato diminui a motilidade gastrointestinal, aumentando a saciedade. Ambos são bons medicamentos quando usados sob orientação médica, mas que podem trazer efeitos colaterais importantes que precisam ser avaliados.
As primeiras análises do QNEXA®CR mostraram como principais efeitos adversos provenientes do tratamento: parestesia7 (17%), boca seca (16,6%), constipação8 (15,1%), infecções do trato respiratório superior (13,5%), nasofaringite (10%) e dor de cabeça (9,8%). Algumas desordens cognitivas como déficit de atenção e memória também foram observadas.
O medicamento estará disponível em três diferentes dosagens caso seja aprovado. Baixa dose (3,75 mg de fentermina/23 mg de topiramato), dose média (7,5 mg de fentermina/46 mg de topiramato) ou dose alta (15 mg de fentermina/92 mg de topiramato).

Vele lembrar que nem todo lançamento da indústria farmacêutica representa alguma inovação terapêutica, o próprio FDA já comprovou isso em outros estudos. Portanto, há que ter cuidado e cautela na utilização de novas drogas ou novas indicações para drogas antigas, lembremos do caso VIOXX, PREXIGE, etc.

Fonte: FDA

Tomar vitamina C NÃO previne contra gripe! Evidência Científica

A vitamina C protege mesmo contra gripes e resfriados?

Foi-se o tempo em que vitamina C e cama eram considerados remédios eficazes contra a gripe. Embora essa vitamina seja considerada um potente antioxidante capaz de combater doenças infecciosas e seja também uma grande aliada para o equilíbrio do sistema imunológico, recente estudo dirigido por cientistas da Austrália e Finlândia concluiu que seus benefícios são mínimos e não protegem contra os resfriados comuns. Quando se fala em gripe suína, então, ela não é indicada como medicamento preventivo.

Segundo José Luiz de Andrade Neto, infectologista e professor da PUC/PR e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a vitamina C só é eficiente no combate à gripe quando o paciente apresenta deficiência desse nutriente.

"Sua falta prejudica não só o desempenho do organismo na defesa contra a Influeza A, mas também em relação a outras doenças", diz o especialista. Além disso, completa, "não existe comprovação de que, em organismos bem nutridos e, portanto, equilibrados, a vitamina C traga benefícios extras".

O melhor a fazer continua sendo seguir as regras básicas de boa higiene: lavar as mãos, cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, evitar contato pessoal, cultivar o hábito de dormir bem, controlar o estresse, manter-se ativo, além de tomar muito líquido e alimentar-se de forma equilibrada.

Nos Estados Unidos é um alto negócio o comércio de suplementos nutricionais, que prometem maravilhas para quem tomar doses supra-fisiológicas de minerais e vitaminas. Este comércio se aproveita de uma lei dos pais da pátria locais – neste aspecto semelhantes aos nossos – que retiraram da FDA a supervisão deste tipo de produto. Mas, há um movimento importante nos próprios EUA, da parte de protetores de consumidores e de profissionais de saúde para que estas coisas, como todas as outras que envolvem medicação para saúde, voltem à agência reguladora.

Cristina Almeida
Especial para o UOL Ciência e Saúde

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O boom dos antidepressivos - o medicamento da moda.

Em cinco anos, a venda de antidepressivos no Brasil subiu 48%. Segundo especialistas, o aumento nas vendas desse tipo de medicamento se deve à prescrição exagerada da "pílula da felicidade", tanto por médicos de outras áreas quanto para pacientes sem depressão. 



As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os próximos 20 anos não são das mais animadoras. Segundo levantamento da instituição, a depressão será, em 2020, a segunda doença mais prevalente do mundo, atrás somente do infarto agudo do miocárdio. Mas, em 2030, apenas uma década depois, o transtorno psiquiátrico — também conhecido como “doença da alma” — já ocupará a primeira colocação do ranking, à frente de outros males como câncer e aids.
A julgar pelos cálculos da OMS, os antidepressivos serão, em pouco tempo, o medicamento mais vendido do planeta. No Brasil, eles já são a quarta classe de remédios mais comercializados, depois de anti-inflamatórios, analgésicos e contraceptivos. Nos últimos cinco anos, segundo levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com base em dados do IMS Health, instituto que faz auditoria do mercado farmacêutico, a venda de antidepressivos em farmácias e drogarias cresceu 48%. Em 2003, foram comercializados 17 milhões de unidades — entre gotas, cápsulas e cartelas de comprimidos. Em 2008, esse número saltou para 25,9 milhões. Ainda segundo o IMS, entre 2005 e 2009, as vendas registraram, em reais, um aumento de 74%. Passou de R$ 560 mil para R$ 976 mil.
Esses números não surpreendem o psiquiatra Ricardo Moreno, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). “Do ponto de vista da indústria farmacêutica, antidepressivo virou sinônimo de lucro. Afinal, eles são consumidos no mundo inteiro. E a prevalência da doença é alta na população em geral: algo em torno de 17%. Isso significa que uma em cada cinco pessoas terá pelo menos um episódio de depressão ao longo da vida”, avalia Moreno.


AUMENTO ABUSIVO
Segundo especialistas, o boom nas vendas de antidepressivos no Brasil pode ser explicado por dois motivos. O primeiro é que médicos de outras especialidades, como urologistas, ginecologistas e até pediatras, têm prescrito esse medicamento para os seus pacientes. “O mais curioso é que, de uns tempos para cá, os maiores prescritores de antidepressivos nem são os psiquiatras. São clínicos, neurologistas, geriatras. Até por conhecer bem os antidepressivos e, principalmente, os seus efeitos colaterais, o psiquiatra é muito cauteloso na hora de prescrevê-lo”, afirma o psiquiatra Raphael Boechat, professor da Universidade de Brasília (UnB).
Ele acrescenta que, além da depressão propriamente dita, os antidepressivos já estão sendo receitados para casos de enxaqueca, obesidade, fibromialgia, ejaculação precoce, síndrome da fadiga crônica, entre tantos outros. “Já imaginou se todos os médicos que não são endocrinologistas resolvem tratar diabetes?”, indaga Ricardo Moreno.
O segundo motivo diz respeito à prescrição indiscriminada de antidepressivos para pacientes sem diagnóstico de depressão. “Não há a menor dúvida de que a depressão é uma das doenças mais incapacitantes que existem. E que, também, nunca foi diagnosticada como deveria. Mas as pessoas estão confundindo tristeza com depressão. E pior: tratando a tristeza como se fosse depressão”, salienta o psiquiatra Wimer Bottura Jr., presidente do Comitê de Adolescência da Associação Paulista de Medicina (APM) e membro da Associação Médica Brasileira (AMB).


SENTIR TRISTEZA É NORMAL
O médico psiquiatra Raphael Boechat, da UnB, concorda e vai além. Na opinião dele, o maior impacto que o aumento abusivo na venda dos antidepressivos poderá causar na população mundial é que, no futuro, ninguém mais saberá como lidar com as pequenas tristezas da vida, como a perda de um ente querido ou o fim de um relacionamento amoroso.
Mas como saber quando o que sentimos é tristeza ou depressão? Você está triste quando chora ao ver uma comédia romântica, dorme mais do que o habitual ou devora, sozinho, um pote de sorvete. Mas, por outro lado, está deprimido quando chora por horas a fio sem motivo aparente, sente dificuldade para dormir por mais cansado que esteja e não consegue, sequer, tomar pequenas decisões cotidianas.
Entre os principais sintomas da depressão, os médicos apontam baixa autoestima, perda de sono e de apetite e dificuldade de concentração. “As pessoas não querem entender que sentir tristeza é natural e próprio do ser humano. Por mais que se tente, não há como fugir dela. Se você está triste porque perdeu um parente, não tem de tomar antidepressivo. O pior é que há casos de médicos que, só porque o sujeito terminou o namoro, logo prescrevem um antidepressivo para ele”, lamenta Boechat.


SINAIS DE ALERTA
Para Wimer Bottura Jr., as pessoas deveriam estar mais atentas a certos sintomas que podem sinalizar um princípio de depressão. Inverter prioridades é um deles. Adiar decisões importantes é outro. “As pessoas costumam dizer que fulano entrou em depressão porque quebrou a empresa. O que elas não sabem é que, na maioria dos casos, fulano quebrou a empresa porque já estava deprimido e não se deu conta disso. Um dos sintomas mais evidentes de depressão é quando a pessoa começa a inverter prioridades. Em outras palavras: começa a dar valor para o que é pouco importante e a deixar para depois o que é muito importante”, alerta.
Até o momento, não há evidências de que os antidepressivos causem dependência ou tolerância. Mas produzem efeitos colaterais indesejáveis. “Os efeitos colaterais são os mais variados possíveis e vão desde ganho de peso até perda da libido. Algumas classes podem, ainda, produzir efeitos colaterais cardíacos e circulatórios”, alerta Ricardo Moreno. Bottura Jr. acrescenta: “As pessoas têm medo dos antidepressivos, mas não sabem que os remédios que causam dependência são os ansiolíticos (para ansiedade) e os hipnóticos (para insônia)”.
Atualmente, a depressão atinge 121 milhões de pessoas no mundo. Só no Brasil, são 17 milhões. Desse total, 11 milhões são mulheres. “A incidência nelas é duas vezes maior do que nos homens”, avisa Boechat. E não é só isso: a média etária da primeira manifestação depressiva baixou de 40 para 25 anos. “A prevalência de casos de depressão em mulheres se deve às flutuações hormonais, que vão desde a menarca até a menopausa, passando pelos ciclos menstruais, a gravidez e o parto”, esclarece Moreno.


OS TIPOS DE DEPRESSÃO
Alguns médicos já rebatem a subclassificação da depressão em leve, moderada ou grave. veja a nova divisão:
Depressão endógena: nesse caso, em que a depressão tem origem genética, o uso de antidepressivos é inevitável. isso porque os portadores apresentam uma disfunção neurofuncional (veja o gráfico ao lado), que só poderá ser corrigida pela medicação.
Depressão reativa: também conhecida como depressão circunstancial, pode acontecer quando a pessoa está passando por alguma fase difícil na vida. O médico é quem deve avaliar o uso do medicamento ou encorajar o paciente a resolver seus próprios problemas por meio da psicoterapia.


COMBINAR MAIS DE UM REMÉDIO FUNCIONA?
Na maioria das vezes, os médicos prescrevem um único antidepressivo para combater a depressão. Mas, em alguns casos, pode haver o que os especialistas chamam de “combinação de remédios” para tratar distúrbios psiquiátricos como depressão, síndrome do pânico e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Nesse caso, pode-se interagir um antidepressivo com outro ou, então, com um sedativo ou, ainda, com um estabilizador de humor. Para alguns médicos, essa combinação proporciona uma maior eficácia no tratamento porque potencializa os efeitos dos medicamentos. Mas, para outros, tal prática pode ser perigosa porque toda e qualquer interação oferece riscos à saúde do paciente. “A combinação de mais de um antidepressivo não é um procedimento normal. O ideal é começar sempre com um único remédio. Se o paciente não apresentar melhoras, aumentamos a dosagem. Se não surtir efeito, trocamos para outra classe de medicamento”, exemplifica o psiquiatra Raphael Boechat.


QUANDO É FUNDAMENTAL TOMÁ-LO
Se não é aconselhável prescrever antidepressivo para quem não sofre de depressão, é igualmente perigoso deixar sem tratamento as vítimas da doença. O suicídio é o mais grave risco a que está sujeito o portador de depressão que não a trata corretamente. “Nestes casos, os antidepressivos são simplesmente essenciais”, esclarece o psiquiatra Ricardo Moreno. Segundo a OMS, a depressão está associada à morte de 850 mil pessoas por ano no mundo inteiro. Um paciente é medicado de seis meses a dois anos. A depressão apresenta três formas de evolução: aquela em que ocorre apenas uma crise e não se volta a ter outras; a segunda é a da evolução por surtos com a ocorrência de crises que podem durar mais ou menos tempo e, depois, remitir; e a terceira e última é aquela que, ao se instalar, não remite mais. “As estratégias farmacológicas visam a antecipar a remissão ou, pelo menos, manter os sintomas sob controle”, ressalva o psiquiatra Emmanuel Fortes.


A EVOLUÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS
Os medicamentos podem ser classificados em quatro categorias


Fonte: REVISTA VIVA SAÚDE

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Profissão: Farmacêutico - 20 de Janeiro DIA DO FARMACÊUTICO

Um seguimento profissional que vem crescendo bastante é o farmacêutico. O setor se desenvolveu com muita rapidez no mercado, principalmente após a aprovação da lei que obriga drogarias e farmácias a contratarem um profissional da área. O piso salarial do profissional gira em torno de R$ 1.700.

Para ser farmacêutico, é preciso gostar de estudar e dominar disciplinas como química, farmacologia, fisiologia, e saber como funciona a ação de medicamentos no corpo humano, além de matemática e até estatística. Mas um ponto fundamental, muito exigido hoje em dia, é a assistência farmacêutica, pois o profissional tem que saber dar orientações quanto ao uso da medicação aos clientes e pacientes.
O farmacêutico pode atuar tanto no controle de qualidade, quanto na produção, marketing, pesquisa e desenvolvimento. As opções são diversificadas e há espaço nas empresas de alimentos, medicamentos, laboratórios de análises clínicas e empresas de cosméticos, que é outro segmento que está em alta no mercado. O profissional também tem que estar atento e sempre atualizado às novidades da ciência, leis e exigências da vigilância sanitária. O trabalho exige dedicação, disciplina e organização. Tudo tem que estar perfeito, desde a compra de materiais dos fornecedores até a entrega ao cliente.
Os interessados em iniciar a carreira podem prestar vestibular e cursar Farmácia nas principais universidades do país, como a UFF, UFRJ, UFSC, UFBA, USP, UFPAUFMG e UFRGS entre outras.

Confira a nova lista de Antibióticos vendidos com retenção da receita

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em 22 de dezembro de 2010 no Diário Oficial da União, a Resolução RDC nº 61 , que altera a lista de antimicrobianos do Anexo da RDC 44/10.

A nova medida, que já está em vigor, acrescenta 26 medicamentos à lista inicial, aumentando de 93 para 119 o número de antibióticos que estão sujeitos à retenção de receituário e escrituração.

Confira aqui a RDC 61/10 com a nova lista de antimicrobianos

A RDC 44/10 estabelece o controle para os antimicrobianos de uso sob prescrição que constam na lista do Anexo dessa resolução, em todas as formas de apresentação incluindo medicamentos de uso dermatológico, ginecológico, oftálmico e otorrinolaringológico.
As farmácias já devem reter as receitas de medicamentos antimicrobianos ao realizar a dispensação e deverão escriturar as movimentações no SNGPC a partir de 25 de abril de 2011.
Clique aqui e saiba mais sobre a RDC 44/10.

FONTE: ANVISA