sábado, 19 de março de 2011

Os perigos da automedicação contra a disfunção erétil VIAGRA (SILDENAFILA)

Quando o Viagra foi lançado, há pouco mais de cinco anos, quem quisesse comprá-lo precisaria apresentar receita médica. O cuidado se justificava. Aliás, ainda deveria ser válido. Apesar de não haver estatísticas que apontem dados sobre o uso do Viagra sem indicação médica, o problema já é levantado por especialistas da área. "As drogas contidas nos medicamentos que combatem a disfunção erétil podem causar sérios danos à saúde do paciente caso o mesmo apresente certas patologias ou ingira determinadas substâncias químicas, como o nitrato, por exemplo", alerta o urologista Valter Honji.

Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelam que o Viagra (sildenafil) é hoje o medicamento que mais fatura no Brasil. De julho de 2001 a julho de 2002, a droga faturou cerca de R$ 156 milhões. O Tylenol ficou com a segunda posição, apontando um faturamento de R$ 122 milhões.

A venda das drogas que tratam da disfunção erétil se banalizou. "Analise o marketing dos laboratórios para esses produtos", sugere o Dr. Honji. "São peças publicitárias voltadas à comunidade leiga, veiculados em televisão e revistas de, praticamente, toda e qualquer natureza", afirma.

A questão chegou a tal ponto que até mesmo um programa de auditório - conhecido pelas polêmicas levantadas em tom de palhaçada -, exibido por uma rede de televisão brasileira, promove um teste para saber qual dos três medicamentos (Viagra, Levitra ou Cialis) tem melhor resultado. "É lamentável", comprova o urologista. "Infelizmente, só haverá mudança nesse cenário quando ocorrer alguma fatalidade".

Essa realidade começa a mudar. No último 24 de julho, a Anvisa divulgou a proibição, em todo o território nacional, de propagandas institucionais que façam referência a medicamentos ou tratamentos para disfunção erétil. Essa ação abrange os três fabricantes desses produtos: Eli Lilly do Brasil, Bayer S.A. e Pfizer. Segundo Cláudio Maierovitch, diretor da agência, "a análise do desempenho de vendas de tais produtos demonstra um crescimento surpreendente, principalmente do mais antigo deles, o Viagra". Baseado nesse dado, Maierovitch acredita que isso constitua em forte indício de que tem havido estímulo ao uso inadequado do medicamento.

Drogas contra disfunção erétil não surtem efeito em jovens saudáveis

É possível turbinar a performance sexual de um jovem saudável com o uso de drogas utilizadas para tratar pacientes com disfunção erétil? A resposta é não. Quem afirma é o urologista Valter Honji. "Eles podem até ter um desempenho melhor ingerindo a medicação, mas não passará de um simples condicionamento psicológico", afirma.
As drogas que agem na vasodilatação peniana só são eficazes em pessoas que tiveram problemas vasculares ou doenças de base. "Em indivíduos saudáveis, esses medicamentos não são capazes de aumentar a potência sexual", explica o urologista. A maioria dos casos de problemas sexuais envolvendo jovens está relacionada a distúrbios comportamentais que podem, inclusive, causar a chamada disfunção erétil psicogênica. Quando a situação é diagnosticada, o tratamento é feito através de Psicoterapia.
Um problema que gera essa conduta nos jovens é o medo de ser considerado sexualmente inferior. "Recentemente, atendi um paciente com 20 anos, preocupado porque não conseguia ter mais de três relações seguidas com sua namorada", conta o Dr. Honji. "Quando expliquei que para sua idade essa média era considerada boa, o jovem argumentou que os amigos contavam que em uma única transa, conseguiam entre oito e nove ejaculações". Segundo o urologista, o que existe entre os jovens é uma crença negativa em avaliar o desempenho sexual através da quantificação. "Costumo dizer que performance sexual é como salário: todo mundo tende a dizer um pouco mais que a verdade", ironiza.

FONTE: Paraná On Line

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