segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Lenda do Xigris (Alfa Drotrecogina)

Era uma vez um medicamento que prometia ser revolucionário no tratamento da sepse: Alfa Drotrecogina, mais conhecido como Xigris.  Durante 10 anos esse medicamento foi vendido como o milagre da medicina, mas agora foi provado que ele não é melhor do que placebo: recentemente o FDA publicou um alerta oficial dizendo que a Eli Lilly vai retirar o Xigris do mercado devido falha do medicamento em melhorar sobrevida dos pacientes.
Mas como um medicamento que supostamente seria um revolução na medicina simplesmente não tem efeito?! A Lenda do Xigris começou em 2001 quando o medicamento foi aprovado pelo FDA para comercialização: o estudo fase 03 necessário para sua aprovação (PROWESS) tinha várias falhas metodológicas (como mudança do protocolo quando metade dos pacientes já haviam sido inclusos), mas mesmo assim o FDA aprovou o Xigris e pediu que fosse feito outro ensaio clínico para confirmar a sua eficácia. Devido essa incerteza, a Lilly investiu em uma campanha de marketing agressiva: publicidade focada nos médicos, diminuição dos estoques do Xigris para sugerir que a procura era grande e patrocínio de um grupo de médicos e estatísticos para criar um guideline sobre sepse. E foi assim que o surgiu o Surviving Sepsis Campaignem teoria para aumentar a conscientização sobre o tratamento da sepse, mas no fundo mais uma estratégia da indústria farmacêutica!


Figura 01 - Alerta do FDA sobre a retirada do Xigris do mercado

O que um medicamento novo e caro precisava para ser prescrito e vendido? Que alguma referência importante certificasse a indicação do seu uso! A Eli Lilly foi a grande patrocinadora do Surviving Sepsis Campaign (SSC), um guideline sobre tratamento da sepse apoiado por mais de 10 sociedades médicas, publicado no período mais importante de Terapia Intensiva (Critical Care Medicine) e amplamente usado por todos nós! No guideline, o Xigris tem uma sessão própria de uma página inteira, ganhando destaque semelhante a outras condutas já sedimentadas. Posteriormente à publicação da 1ª edição do SSC, dois novos estudos (ADDRESS e RESOLVE) foram publicados e ambos foram interrompidos porque havia risco aumentado de hemorragia intracraniana e não havia evidência de diminuição da mortalidade. Mesmo assim, a edição de 2008 do SSC ainda trazia o Xigris como opção terapêutica e, apesar de falar desses estudos, não mencionava o fato de terem sido interrompidos!  

Graças ao Surviving Sepsis Campaign o Xigris alavancou suas vendas e, por quase uma década, muito dinheiro foi gasto com um medicamento que simplesmente não tinha efeito! Depois de publicado no SSC, a indicação do Xigris estava presente nas maiores referências, como no UpToDate, e esse medicamento virou alvo de um forte mercado que existe no Brasil: processo judicial para que o SUS e planos de saúde paguem por um tratamento! Basta procurar pelos termos "Xigris" e "justiça"que vocês verão os inúmeros processos. Levando em conta que cada ampola do medicamento tem 20mg e custa R$ 7.000 e que a dose necessária é 24mcg/kg/h por 96h, são necessárias, em média, 08 ampolas para o tratamento de um paciente, ou seja, R$ 56.000/paciente!



Como a lenda de Xigris morreu? Duas fortes evidências comprovaram que o medicamento não era melhor do que placebo: o ensaio PROWESS-SHOCK e uma metanálise do Cochrane, a qual mostrou que o Xigris tanto falhou em diminuir o risco de morte, como aumentou a incidência de hemorragia intracraniana.

... e nem todos viveram felizes para sempre.


Referências:
1. Bernard GR et al. Efficacy and safety of recombinant human activated protein C for severe sepsis. N Engl J Med. 2001;344(10):699.
4. Dellinger RP, Levy MM, Carlet, JM, et al: Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of severe sepsis and septic shock: 2008 [published correction appears in Crit Care Med 2008; 36:1394–1396]. Crit Care Med 2008; 36:296–327.
5. Martí-Carvajal AJ et al. Human recombinant activated protein C for severe sepsis. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Apr 13;(4):CD004388.
6. Eichacker PQ, Natanson C e Danner RL. Surviving Sepsis — Practice Guidelines, Marketing Campaigns, and Eli Lilly. N Engl J Med 2006; 355:1640-1642

FONTE: MedicoNerd

sábado, 22 de outubro de 2011

Uso indiscriminado de Polivitamínicos pode elevar a mortalidade entre mulheres acima de 55 anos


Estudo revela que o consumo indiscriminado de cápsulas de vitaminas e minerais pode elevar a mortalidade entre mulheres acima de 55 anos


Mais de um terço da população adulta de países ricos toma suplementos vitamínicos regularmente por conta própria. Mas, em vez de proteger, ingerir doses de vitaminas e minerais sem ter alguma carência nutricional que justifique o consumo pode ter efeito contrário e contribuir para um aumento de risco de morrer. O alerta foi feito na semana passada por pesquisadores de várias instituições liderados pelo cientista Jaakko Mursu, da Universidade de Kuopio, na Finlândia, e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. Eles acompanharam 38 mil mulheres americanas na faixa etária de 55 a 66 anos por cerca de duas décadas para chegar a essa conclusão. Durante as entrevistas iniciais para conhecer o perfil das voluntárias de um estudo para medir o impacto do consumo de suplementos na saúde dessa população e na sua mortalidade, Mursu e seus colaboradores descobriram que 63% das participantes do projeto tomavam algum tipo de suplemento vitamínico ou mineral para prevenir doenças crônicas. Com o passar do tempo, esse índice chegou a 85%. 

A análise dos dados coletados levou os cientistas a concluir que se automedicar com vitaminas e suplementos sem necessidade traz sérios malefícios. “Descobrimos que tomar multivitamínicos e as vitaminas B6 e ácido fólico (ou B9), ferro, magnésio, zinco e cobre implica em uma elevação do risco de morte”, disse o cientista Mursu à ISTOÉ. Nas análises finais do trabalho, os pesquisadores viram que a suplementação com multivitamínicos e ferro foi a que mais fez subir os percentuais associados ao risco de morrer. 

A explicação para os resultados é que a maioria desses compostos se torna nociva em quantidades elevadas. Isso aumenta as chances de reações que facilitam o desenvolvimento de doenças como câncer e problemas cardiovasculares. Os autores supõem que vitaminas e minerais produzam efeitos similares nas taxas de risco de mortalidade entre os homens, mas isso ainda não foi pesquisado. O trabalho foi publicado na última edição da revista científica americana “Archives of Internal Medicine”. 

Os achados da pesquisa, chamada de Estudo Iowa (porque foi realizada com mulheres do Estado do Iowa, nos EUA), somam-se a uma série de trabalhos consistentes realizados e em andamento que colocam em xeque a crença dis­seminada de que não faz mal engolir de vez em quando alguns comprimidos multivitamínicos. Em 2007, por exemplo, uma investigação com 181 mil participantes apontou uma taxa de morte 5% maior entre os adeptos do consumo de vitaminas antioxidantes (A, E, C e betacaroteno).

Na prática, é um tema que envolve pontos de vista opostos entre correntes da medicina, interesses da indústria farmacêutica e a atração exercida pelos poderes protetores da saúde atribuídos a essas substâncias e enaltecidos pela publicidade. Respostas definitivas virão por meio de um esforço da medicina para empreender profundas revisões de ensaios clínicos publicados e para fazer novas investigações. Mas como agir enquanto prevalece a dúvida? “Aconselhamos quem usa suplementos a reconsiderar se deve continuar ingerindo-os. Deem atenção à dieta. Suplementos raramente são necessários, e sua introdução na alimentação deve ser justificada por um motivo médico”, sugere o finlandês Mursu.

Fonte: Isto é independente

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diabéticos, em 2014, finalmente teremos a injeção sem agulhas


Injeções sem agulha
Injeção sem agulhas
Um sistema de auto-aplicação ajudará na adoção de medicamentos baseados em compostos biológicos, que não podem ser tomados por via oral porque não suportam a passagem pelo estômago. [Imagem: CrossJect]
Injeções sem agulhas estão entre aquelas promessas nunca cumpridas da tecnologia, apesar das montanhas de dinheiro colocadas em pesquisas por grandes empresas do mundo todo.
Mas isto agora pode mudar, graças a um grupo de cientistas da França e da Alemanha, financiados pelo programa Eurostars.
Eles fundaram uma empresa, a CrossJect, que promete colocar as primeiras injeções sem agulha no mercado em 2014.
Não parece ser sem motivo que a novidade demorou tanto para surgir: o produto está baseado em nada menos do que 26 inovações diferentes e 370 patentes requeridas em todo o mundo.
Pressão variável
O princípio da injeção parece ser simples demais para não ter sido inventado antes.
O líquido é aplicado por pressão. Para isso, a pele deve ser "aberta" microscopicamente, para não gerar ativações nervosas que poderiam resultar em dor.
Segundo os cientistas, o segredo está em uma variação de pressão, que começa elevada e vai declinando levemente, para garantir que todo o líquido seja introduzido sob a pele.
Tentativas anteriores usavam molas ou gás comprimido, mas o resultado era que, ou a pele não se abria o suficiente para a injeção do medicamento, ou o medicamento não era totalmente introduzido.
A tecnologia da CrossJect também usa gás, mas controlado de forma a variar a pressão em conformidade com cada passo da aplicação do medicamento.
Injeção sem agulhas
A variação da pressão é controlada em milissegundos para que todo o medicamento seja injetado sem dor. [Imagem: Zeneo]
Auto-aplicação de injeção
Os cientistas-empresários afirmam que a inovação vai muito além dos benefícios àquelas pessoas que têm fobia de agulhas.
Com o envelhecimento crescente da população, os médicos avaliam que a auto-injeção é a saída para diminuir os custos e melhorar o atendimento médico dos pacientes idosos, que poderão se medicar sem sair de casa.
Mas a aplicação de uma injeção com agulha ainda tem seus riscos, e não pode ser recomendada para a população em geral. O grupo espera que seu aparelho resolva este problema.
Um sistema de auto-aplicação também ajudará na adoção de medicamentos baseados em compostos biológicos, que não podem ser tomados por via oral porque não suportam a passagem pelo estômago.
Fobia, dor e dinheiro
Mas o grande apelo aos pacientes deverá ser mesmo a fobia e a dor. Se eliminar realmente a dor, talvez o investimento se pague.
A empresa espera começar vendendo 150 milhões de "seringas sem agulha" em 2014 - uma parcela pequena do mercado atual de 12 bilhões de seringas com agulha por ano.
FONTE: Diário da Saúde

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CRONOFARMACOLOGIA - Cada tipo de medicamento tem horário ideal para ser tomado


Observar os ciclos de sono e vigília garante maior eficácia do medicamento

Nem duas vezes por dia, nem de oito em oito horas. O horário preciso em que o paciente toma um remédio pode determinar o sucesso do tratamento.
É o que defende a cronofarmacologia, ramo da ciência que estuda justamente qual é o melhor momento do dia para um paciente tomar cada medicamento.
Medicamentos ingeridos em determinados horários podem ter seus efeitos potencializados. Ou seja, sabendo a hora de tomá-los, o tratamento pode ser mais eficiente. É o que prega a cronofarmacologia, ramo da ciência que estuda como doenças e tratamentos são influenciados pelos ritmos biológicos.
"Observamos que algumas doenças apresentam picos de piora dos sintomas, então podemos programar o medicamento para esses momentos. Assim, a ação acontece quando o corpo mais precisa", diz José Manoel Jansen da Silva, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e um dos autores do livro "Medicina da Noite".
Nos Estados Unidos, alguns remédios já começaram a trazer na bula indicações sobre o melhor horário de administração. Por aqui, os estudos sobre o tema avançam, mas por enquanto são apenas sugestões dos médicos e não prescrições. Veja a seguir algumas indicações.
Os Farmacêuticos tem papel importantíssimo no momento da dispensação dos medicamentos ao paciente, é nesse momento que muitas vezes esse profissional acaba determinando junto com o paciente um plano de horários para tomar cada medicamento. O farmacêutico é um profissional de saúde de nível superior de fácil acesso a população por estar presente em farmácias e drogarias durante todo seu horário de funcionamento de acordo com a Lei 5991/73.
Asma: as piores crises acontecem de madrugada. "Pesquisas apontam que a piora dos sintomas é às quatro da manhã. Como os medicamentos têm o auge de sua ação em quatro ou oito horas após a ingestão, o melhor horário seria por volta de 20 horas ou mais tarde um pouco, próximo à hora de dormir", diz Silva.
Doenças cardiovasculares: é pela manhã que acontece o maior número de infartos e avc. "O indivíduo estava em repouso, com a pressão arterial baixa. Quando ele acorda, aumenta a secreção de dois hormônios: o cortisol ("hormônio do estresse") e a adrenalina, o que provoca efeitos negativos sobre coração", explica o médico. A hora ideal do medicamento, portanto, seria de manhã bem cedo ou antes de dormir.
Diabetes do tipo 2: o melhor é tomar o remédio antes de dormir, para fazer a cobertura da noite, quando ocorre a piora de sintomas.
Gastrite: como toda inflamação, os maiores incômodos aparecem à noite. Tome o remédio antes de dormir e garanta conforto durante o sono e ao despertar.
Artrite: os doentes se queixam de dores ao acordar, logo pela manhã. O horário ideal do medicamento seria à noite, antes de dormir.
Hipotireoidismo: o medicamento deve ser tomado de manhã, em jejum, para maior absorção pelo organismo.
Osteoporose: também deve ser ingerido pela manhã, antes do café. "Se não for em jejum, acaba se misturando com a alimentação e se perdendo com as fezes", diz o neurocirurgião Manoel Jacobsen Teixeira.
Vitamina e anticoncepcional: podem ser ingeridos a qualquer hora. "Mas, até para criar uma rotina e evitar o esquecimento, especialmente o anticoncepcional que requer continuidade, melhor que sejam tomados sempre no mesmo horário", diz o pneumologista da UERJ.
Antibiótico: o remédio precisa dar cobertura o tempo todo e é importante seguir as doses prescritas, com o espaçamento recomendado. Esqueceu de tomar? "Não espere pelo horário da próxima dose. Tome assim que lembrar e depois siga normalmente o esquema de administração", finaliza Silva.

Fonte : iG

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Aprovado aplicativo para Celulares Smartphones para o controle do Diabetes

O DiabetesManager, da WellDoc, baixou o nível de glicose de sangue em recentes experimentos aleatórios, mas não afetou sintomas clínicos
Um sistema de orientação, baseado em telefone celular, pode ajudar diabéticos a alcançarem uma significativa redução no nível de glicose no sangue, de acordo com um estudo publicado recentemente. No entanto, o assistente não ajudou a apresentar melhorias em outras medições ou sintomas.
Em um estudo realizado durante um ano, pesquisadores do departamento de epidemiologia e saúde pública da faculdade de medicina da Universidade de Maryland, em Baltimore, concluiu que pacientes que tiveram acesso ao sistema móvel para orientação de tratamento e comportamento foram capazes de reduzir a hemoglobina glicosilada (A1c) – medida do controle de glicose no sangue em longo prazo – com mais eficiência do que os pacientes que têm acompanhamento médico esporádico ou que se cuidam sozinhos. Os resultados foram independentes do nível de A1c no inicio do estudo.
A equipe de pesquisadores, com o apoio da WellDoc, desenvolvedora de aplicativos para gerenciamento de doenças; da CareFirst BlueCross BlueShield, seguradora de saúde de Maryland; da LifeScan, fabricante de aparelhos médicos; e da Sprint, empresa de telecomunicações, relatou as descobertas em um artigo publicado na edição de Setembro do jornal Diabetes Care.
“Pelo o que sabemos, esse foi o primeiro estudo de grupo aleatório para a intervenção de orientação móvel para tratamento de diabetes, conduzido em uma comunidade por mais de um ano. Poucos estudos anteriores de intervenções para tratamento de diabetes com comunicação eletrônica ou móvel foram aleatórios, incluíram um grupo controlado ou duraram um ano”, escreveu um epidemiologista de Maryland.
Os pesquisadores acompanharam 163 pacientes com diabetes tipo 2, em 26 clínicas de Maryland, durante um ano. Todos com planos de saúde comerciais. Os pacientes foram divididos em quatro grupos: um grupo de controle com tratamento tradicional, em consultório; um grupo com o assistente da WellDoc e acesso a um portal seguro na web por onde poderiam se comunicar com os médicos; um grupo com o sistema da WellDoc em que os médicos poderiam acessar os dados enviados pelo paciente; e um grupo em que o médicos tinham suporte para decisões clínicas que ligavam dados aos padrões de cuidados e diretrizes de cuidados baseadas em evidências.
Todos os pacientes receberam o medidor de glicose One Touch Ultra 2, da LifeScan. Pacientes de três grupos receberam, também, telefones celulares com plano de dados e o software móvel de gerenciamento de diabetes da WellDoc, que entregou mais 1.000 mensagens de auto-gerenciamento, conforme especificado por um algoritmo que considera fatores como nível de glicose no sangue, medicamentos e consumo de carboidratos. O portal na web incluía registro pessoal de saúde pra relatar informações relacionadas ao tratamento de diabetes, como resultados de exames.
Os pacientes podiam se comunicar, por telefone ou via portal, com especialistas em diabetes, que atuaram como “gerente de caso virtual”, mas foram encorajados a optar por mensagens eletrônicas. Os pacientes receberam um “plano de ação”, pelo portal, a cada dois meses e meio, que os ajudavam no autogerenciamento e serviam como resumos clínicos antes das visitas ao médico.
Os pesquisadores concluíram que grupo em que os médicos tinham acesso ao suporte de decisões clínicas viu o nível de A1c cair 1.9 pontos percentuais, enquanto pacientes no grupo de controle tiveram redução mediana, de apenas 0.7 pontos. De acordo com o estudo, o grupo de controle só teve alguma melhora porque tinha a educação apropriada. A equipe de Maryland citou pesquisas anteriores que mostraram que 55% das pessoas com diabetes tipo 2 recebem orientação e educação sobre a doença, e que apenas 16% seguem as recomendações médicas de regimes auto-gerenciados.
No entanto, não houver qualquer mudança “convincente” em outros indicadores de controle de diabetes, incluindo visão embaçada, dores, depressão e pressão arterial preocupante. Os pesquisadores recomendam que estudos de acompanhamento analisem como tecnologias móveis podem afetar comportamento relacionado à aderência aos medicamentos, atividades físicas e comunicação entre médico e paciente.
“Podem ser mecanismos importantes para explicar as mudanças na hemoglobina glicosilada, mas não foram analises primárias ou secundárias planejadas nesse estudo. Estudos futuros para saúde móvel devem considerar a caracterização mais específica do comportamento de pacientes e prestadores de serviços para suportar as mudanças nos parâmetros clínicos”, alega o artigo.

Fonte: WellDock

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Material muito bom sobre RDC 44/09 e RDC 20/11


Os farmacêuticos que participam do programa Torrent no PDV já podem contar com o fascículo Interpretações legais da RDC 44/09 e RDC 20/11, que trata minuciosamente estas regulamentações propostas pela Anvisa e que está sendo disponibilizado aos interessados a partir deste mês.  O fascículo faz parte do programa de educação continuada para esse público, que foi lançado em agosto último pela Torrent em parceria com o IDVF –, Instituto de Desenvolvimento do Varejo Farmacêutico. Uma outra novidade do programa é que, a partir de agora,  a cada fascículo poderão ser realizados testes simulados para avaliar o entendimento sobre o conteúdo adquirido. O objetivo é oferecer uma ferramenta para testar os conhecimentos dos participantes antes da avaliação oficial.

Totalmente gratuito, o  programa  Torrent no PDV é destinado a farmacêuticos de todo o Brasil. O material foi cuidadosamente elaborado por um corpo docente especializado no setor e inteiramentente focado nas necessidades do farmacêutico.  As apostilas e avaliações do Torrent no PDV são online e os participantes que atingirem a média de acordo com o regulamento receberão um certificado de conclusão chancelado pelo IDVF.  O programa Torrent no PDV terá  a duração  total de 11 meses e engloba quatro módulos principais: legislação sanitária, prestação de serviços, compreensão de medicamentos e atendimento aos clientes. Ainda dá tempo de participar: os interessados podem se inscrever no sitewww.torrentnopdv.com.br ou no Portal Científico da Torrent – www.torrentonline.com.br. Aproveitem!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Anvisa mantém registro de SIBUTRAMINA e cancela outras ANFETAMÍNAS EMAGRECEDORAS


A Diretoria Colegiada da Anvisa decidiu, nesta terça-feira (4/10), pela retirada dos medicamentos inibidores de apetite do tipo anfetamínico do mercado e pela manutenção da sibutramina como medicamento para o tratamento da obesidade, com a imposição de novas restrições.
De acordo com a decisão dos diretores, os medicamentos femproporex, mazindol e anfepramona terão seus registros cancelados, ficando proibida a produção, o comércio, a manipulação e o uso destes produtos. Esses três medicamentos são do grupo denominado inibidores de apetite do tipo anfetamínico.



O relatório apresentado durante a reunião mostra que o uso dos anfetamínicos está  baseado na prática clínica, que é o tipo de evidência menos consistente e menos segura segundo os padrões atuais para registro de medicamentos. O texto informa, ainda, que há evidências de eventos adversos graves, que associadas à ausência de dados confiáveis de segurança justificaram a decisão dos diretores.
Em relação à sibutramina, a decisão da diretoria da Anvisa, por três votos a um, foi de manter o medicamento no mercado com a inclusão de novas exigências e mais restrições para o uso do produto. O relatório apresentado pelo diretor-presidente, Dirceu Barbano, informa que o perfil de segurança da sibutramina é bem identificado e conhecido, o que permite identificar pacientes que podem ter algum ganho a partir do uso da substância. Uma das restrições que será estabelecida é a descontinuidade do uso da sibutramina em pacientes que não obtiverem resultados após quatro semanas de uso do produto.
Para o diretor-presidente, o debate que levou a decisão final da Anvisa foi bastante produtivo e ajudou a dar clareza sobre os dados científicos disponíveis sobre estes medicamentos e as lacunas que as pesquisas não foram capazes de responder. “A diretoria da Anvisa entendeu que a sibutramina pode ser utilizada em determinadas situações e com um monitoramento rigoroso”, explicou Barbano.
No processo de 643 páginas, elaborado ao longo dos últimos oito meses, os técnicos da Anvisa reuniram todos os dados disponíveis de estudos sobre os medicamentos do tipo anfetamínico e a sibutramina.

Histórico
Em outubro do ano passado, a Câmara Técnica de Medicamentos, uma instância consultiva, sugeriu à Anvisa a retirada dos inibidores de apetite do mercado. Em fevereiro deste ano, a Agência realizou uma audiência pública para discutir o risco e a eficácia desses medicamentos inibidores de apetite. Desde então foram realizadas duas audiências públicas no Congresso Nacional e um painel técnico-científico internacional pela própria Anvisa.
Além disso, a Agência realizou uma teleconferência, no último mês de setembro, com a agência para medicamentos e alimentos norte-americana, o FDA, para levantar informações sobre o uso da sibutramina naquele país e sua posterior proibição.
A discussão teve início por conta da publicação do estudo Scout, que trouxe novas informações sobre os riscos e a eficácia da sibutramina. Por esta razão, o país iniciou um debate sobre esse medicamento e os medicamentos do tipo anfetamínicos.

FONTE: ANVISA