segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mitos e verdades sobre a recuperação da ressaca






Em uma festa ou ocasião especial as pessoas podem passar do limite na bebida. No momento, o abuso só tornará o evento mais divertido, mas o sintomas e mal estar chegam no dia seguinte. A ressaca pode provocar moleza, enjoo e dor de cabeça. O site Health fez uma lista com 10 métodos usados no combater a estes sintomas e disse se eles funcionam ou não; veja a seguir.



Beber mais

"A pior coisa a fazer é beber de novo", segundo Charles Cutler, presidente do American College of Physicians. O álcool pode, temporariamente, aliviar os sintomas da ressaca, mas pode fazer mal à saúde em longo prazo. A pessoa fica de ressaca porque o álcool é tóxico e o corpo precisa de uma chance para se recuperar.







Almoço gorduroso

Não há evidência científica de que uma porção de bacon e ovos alivia ressaca, apesar de muitas pessoas acreditarem nisso. "Alimentos gordurosos só provocarão azia," disse Cutler, que recomenda o consumo de alimentos digeridos facilmente; como torradas e cereais.



Remédios

Medicamentos efervescentes que ajudam a melhorar a azia e indigestão são usados para combater os sintomas da ressaca. Enquanto o bicarbonato de sódio provoca sensação de alívio, outros componentes do remédio - ácido cítrico e ácido acetilsalicílico - podem irritar o estômago após uma noite de bebedeira.




Medicamentos para ressaca

"Pílulas para ressaca foram estudadas e a eficácia não foi comprovada", disse Joris Verster, professor de psicofarmacologia na Universidade de Utrecht, na Holanda. Cutler sugere tomar um multivitamínico para restaurar os nutrientes que seu corpo pode ter perdido durante um a bebedeira.








Café
Se você consome café regularmente, quando estiver de ressaca pode não ser uma boa ideia manter o hábito. A cafeína pode potencializar os sintomas da ressaca, pois estreita os vasos sanguíneos e aumenta a pressão arterial.



Água e repositores energéticos

O conhecimento popular diz que a desidratação causada pelo consumo excessivo é o que faz você se sentir tão mal no dia seguinte. Na verdade, os especialistas realmente sabem muito pouco sobre o que causa uma ressaca. Imagina-se que a interrupção do ritmo biológico ou mesmo a retirada do álcool podem causar os sintomas. Não existem provas de que consumir líquidos melhora a ressaca.




Tomar analgésicos

Para as mulheres que têm cólicas, sensibilidade nos seios, dores nas costas, ou dores de cabeça durante a TPM, os medicamentos podem proporcionar algum alívio. Para a ressaca, porém, não são indicados.




Exercício

Um treino suave pode ajudar a se sentir melhor. É importante lembrar que se a pessoa tiver bebido muito, pode estar um pouco desidratado e exercícios vão exigir hidratação e nutrição, segundo Cutler.



Sauna

Acha que pode "suar" o álcool e outras toxinas consumidas durante uma noite de festa? Pense novamente. A sauna pode deixar os vasos sanguíneos potencialmente perigosos e mudar o fluxo de sangue no corpo. "A última coisa que você precisa é interromper o fluxo normal de sangue e padrões de calor", afirmou Cutler. Se você já está um pouco desidratado, sudorese excessiva pode ser prejudicial - causar alterações da pressão arterial e arritmias cardíacas - e até mortal.



Sono

As pessoas dormem mal depois de uma noite de bebedeira. O álcool faz a pessoa apagar, mas quando ele é eliminado, horas após a bebedeira, a insônia deve surgir. Se você pode dormir ao longo do dia, faça isso, o cérebro agradecerá. Uma das curas para a ressaca é o tempo.


Imagens: Getty Images
Fonte: TERRA

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sete refrigerantes têm substância cancerígena, revela pesquisa


Em uma pesquisa com 24 refrigerantes, a Pro Teste --Associação Brasileira de Defesa do Consumidor-- verificou que 7 têm benzeno, substância potencialmente cancerígena. O benzeno surge da reação do ácido benzoico com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5 microgramas por litro.

Os casos mais preocupantes foram o da Sukita Zero, que tinha 20 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco produtos estavam abaixo desse limite. São eles: Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita.
Fernanda Ribeiro, técnica da Pro Teste, diz que é difícil estudar a relação direta entre o benzeno e o câncer em humanos, mas que já se sabe que a substância tem alto potencial carcinogênico e que, se consumida regularmente, pode favorecer tumores. "Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há limite seguro para ingestão dessa substância", diz.
A química Arline Abel Arcuri, pesquisadora da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) e integrante da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, diz que o composto vem sendo relacionado especialmente a leucemias e, mais recentemente, também ao linfoma.
O fato de entrar em contato com o benzeno não significa necessariamente que a pessoa vá ter câncer --há organismos mais e menos suscetíveis. "Mas não somos um tubo de ensaio para saber se resistimos ou não, e não há limites seguros de tolerância. O ideal, então, é não consumir", diz Arcuri.
O benzeno está presente no ambiente, decorrente principalmente da fumaça do cigarro e da queima de combustível. Na indústria, é matéria-prima de produtos como detergente, borracha sintética e náilon.
Nesse caso, não contamina o consumidor por se transformar em outros compostos. A principal preocupação é proteger o trabalhador da indústria.
O efeito do benzeno é lento, mas, quanto maior o tempo de exposição e a quantidade do composto, maior a probabilidade de desenvolver o tumor.

Adoçantes e corantes
A pesquisa da Pro Teste encontrou, ainda, adoçantes na versão tradicional do Grapette, não informados no rótulo. O problema é maior no caso de crianças, que devem ingerir menos adoçantes.

Foram reprovados outros seis produtos [Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Grapette, Grapette Diet, Sukita e Sukita Zero] que tinham os corantes amarelo crepúsculo --que, segundo estudos, favorece a hiperatividade infantil-- e amarelo tartrazina --com alto potencial alergênico. "O amarelo crepúsculo já foi proibido na Europa. E muitas crianças têm alergia a alguns alimentos e, depois, descobre-se que o problema é o amarelo tartrazina", diz Ribeiro.
Os corantes são aprovados no Brasil, mas, para a Pro Teste, as empresas deveriam substituí-los por outros que não sejam problemáticos, assim como no caso do ácido benzoico. "É um problema fácil de ser resolvido", diz Ribeiro.

FONTE: Folha UOL



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Medicalização de crianças transforma modo de ser em doença


Doenças inventadas
O Brasil vive uma epidemia de diagnóstico de transtorno de déficit de atenção, hiperatividade, transtorno de oposição desafiadora, depressão, dislexia e autismo em crianças e adolescentes.
Entre 5% e 17% de crianças encaminhadas para serviços de especialidades médicas recebem uma receita com medicações extremamente perigosas, como psicoestimulantes, antidepressivos e antipsicóticos.
O remédio tomou conta do processo de educação e atribuiu ao organismo da criança a responsabilidade pelo aprendizado.
Foi isto o que mais de 1.200 profissionais da área da saúde e educadores ouviram em duas sessões realizadas no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Medicalização do modo de ser
Segundo o pediatra Ricardo Caraffa, as crianças acabam sendo diagnosticadas muito rapidamente e de forma errônea sem receber nenhum outro tipo de atenção e análise.
Num esforço de reverter esse quadro, foi realizado em São Paulo, no mês de novembro, um fórum sobre o tema.
Cerca de 450 participantes de 27 entidades assinaram um manifesto no qual afirmam que a aprendizagem e os modos de ser e agir têm sido alvos da medicalização, transformando as crianças em consumidores de tratamentos, medicamentos e terapias.
"A venda de medicamentos à base de metilfenidato aumentou 1.000 por cento nos últimos anos. São dois milhões de caixas por ano. Esse número é muito expressivo", explicou Caraffa.

Diferenças pessoais, não doenças
Para a pediatra, professora e pesquisadora da Unicamp, Maria Aparecida Affonso Moysés, existem doenças e problemas de saúde que podem interferir com o desenvolvimento cognitivo e afetivo das pessoas.
Existem pessoas que aprendem com mais facilidade que outras e existem pessoas tranquilas, calmas, apáticas, agitadas, empolgadas e mais agressivas.
E entre os extremos há infinitas possibilidades.
Ainda segundo Moysés, existem diferentes modos de aprender e lidar com que já foi aprendido e cada um estabelece os seus próprios processos cognitivos e mentais para aprender.
"Cada ser humano é diferente do outro. Quais são as evidências científicas que comprovam que doenças biológicas e psiquiatras comprometem exclusivamente a aprendizagem?", questionou a pesquisadora que desenvolve um trabalho juntamente com Cecília Colares, da Faculdade de Educação, sobre déficit de atenção.

Retrocesso
Para a psicóloga da USP Marilene Proença Souza, a criança brinca, faz birra, chora e tenta impor sua vontade.
Mas, hoje em dia, quando ela corre um pouco mais é dita como hiperativa, se fala muito é rotulada de desatenta, e se troca letras no processo de alfabetização - o que é esperado - dizem que ela tem dislexia.
Segundo Marilene, ao diagnosticar a criança com algum distúrbio, a sociedade está deixando de considerar todo o processo de escolarização que produz o não-aprender e o não-comportar-se em sala de aula.
"Do ponto de vista da psicologia da educação, estamos vivendo um retrocesso. Estamos culpando a criança por não aprender e medicando-a. O remédio não pode ocupar o lugar da escola e da família. Se assim for, estamos invertendo valores do campo da saúde, da educação e da psicologia com relação ao desenvolvimento infantil e deixando de usar todos os instrumentos pedagógicos no início do processo de alfabetização", disse Marilene.

FONTE: UNICAMP

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Uma nova guerra dos medicamentos?


Produção da China e Índia ameaça oligopólio que controla indústria farmacêutica. Países ricos querem recorrer a patentes para conservar poder
Por Daniela Frabasile
Marcada em 2011 pela abertura do debate sobre o reconhecimento do Estado Palestino, a Assembleia Geral das Nações Unidas deste ano foi precedida, como de costume, por uma série de encontros menos cercados de glamour e holofotes. Um destes eventos, a reunião de alto nível da ONU sobre doenças crônicas não transmissíveis, apareceu na mídia brasileira apenas devido a um discurso da presidente Dilma Roussef – que defendeu a quebra das patentes farmacêuticas. Apesar de pouco visível, o encontro é parte de um processo de decisões internacionais que pode decidir o futuro de centenas de milhões de pessoas e sacudir uma das indústrias mais ricas e poderosas do mundo: a de medicamentos.
A possível reviravolta está sendo armada há alguns anos. Laboratórios chineses e indianos, que já são responsáveis por boa parte dos remédios consumidos no mundo, deram um passo adiante: estão prestes a dominar os processos tecnológicos que permitem produzir drogas mais sofisticadas. São remédios de última geração e grande potência, fundamentais para tratar doenças como certos tipos de câncer e diabetes. Para disputar o mercado da saúde, os novos produtores anunciam que reduzirão dramaticamente os preços hoje vigentes – o que permitiria que os fármacos chegassem a um público hoje sem acesso a eles. As empresas que dominam a produção mundial (localizadas na América do Norte e Europa) resistem. Sua arma principal não é industrial, mas jurídica. Elas querem evitar que câncer e diabetes sejam tratados pelo direito internacional como epidemias, o que permitiria quebrar patentes e colocaria chineses e indianos em condições de oferecer produtos a governos e consumidores finais em todo o mundo.
O controle que poucas empresas transnacionais exercem sobre a produção de medicamentos apoia-se em dois pilares. O primeiro é tecnológico. As doze maiores empresas da área farmacêutica e de biotecnologia mantiveram, durante décadas, uma clara dianteira sobre todas as demais. Estão todas situadas nos Estados Unidos (Johnson, Pfizer, Abbott, Merck, Eli-Lilly e Bristol-Meyers-Squibb), Suíça (Roche e Novartis), França (Sanofi), Reino Unido (GlaxoSmithKline e Astra) ou Alemanha (Bayer Farmacêutica). Faturam anualmente entre 18 e 60 bilhões de dólares. Afirmam investir em pesquisa e desenvolvimento algo entre 2,5 e 9,5 bilhões de dólares ao ano.
O segundo pilar é simbólico. Envolve leis, marcas, publicidade, imagem. Até o final da década de 1970, quase nenhum país admitia patentes sobre medicamentos. Criada em 1993, a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem, entre seus acordos básicos, o TRIPS (Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio, na sigla em inglês). Ele obriga os 153 países-membros a proteger a “propriedade intelectual” dos laboratórios por no mínimo vinte anos. Uma vez patenteado por uma empresa, um medicamento não pode ser produzido por nenhuma outra, durante este período. Genéricos são proibidos. A exclusividade permite impor preços leoninos.
Ela esbarra, porém, num obstáculo: em todo o mundo, as sociedades reivindicam com cada vez mais força o acesso aos remédios mais sofisticados, muitas vezes necessários a garantir sua vida. Os Estados, principalmente os mais empobrecidos, têm dificuldades em arcar com os custos desta reivindicação. Um exemplo eloquente: desde o início dos anos 1980, o Brasil assegura, a todos os portadores do vírus HIV, o coquetel de drogas necessário para evitar ou controlar os efeitos da AIDS. Dezenas de nações africanas, onde a epidemia da doença é muito mais aguda, não são capazes de assegurar o mesmo direito.
Desde 2001, surgiu uma brecha para amenizar o problema. Por meio de uma resolução hoje conhecida como “Declaração de Doha”, o OMC flexibilizou as patentes farmacêuticas. Os países-membros têm o direito de quebrá-las, por decisão de seus governos. Só podem fazê-lo, contudo, sob certas condições. Segundo o texto do documento, sempre que for necessário “assegurar o acesso de todos aos medicamentos”. De acordo com uma jurisprudência construída a partir de 2003, porém, tal faculdade só abrangeria situações de emergência nacional ou epidemias de doenças transmissíveis. Mais uma vez, o exemplo mais concreto é o da AIDS. O próprio Brasil serviu-se algumas vezes da Declaração de Doha para quebrar as patentes de alguns dos fármacos que compõem o coquetel, ou para pressionar as corporações que as detêm a reduzir drasticamente os preço praticados.
Embora provoque cerca de 2 milhões de mortes ao ano, 11 mil no Brasil, a AIDS incide sobre uma parcela relativamente reduzida da população mundial. Muito mais presentes são doenças como o câncer, o diabetes, as patologias cardíacas. Há muito, a indústria farmacêutica volta-se para elas. Tem alcançado progressos notáveis em seu tratamento. Obtém lucros astronômicos. A Roche, por exemplo, fatura 19 bilhões de dólares por ano – metade de suas vendas – graças ao Rituxan, Avastin e Herceptin, todos para tratamentos do câncer. As vendas crescem mais rápido nos países emergentes, onde as sociedades têm alcançado novas conquistas no acesso aos medicamentos. Após decisões judiciais, o México passou a dispender 120 milhões de dólares anuais com o Herceptim, capaz de combater cânceres de mama em estágio avançado, ou que resistem a outras drogas.
Oriente médico
Um elemento essencial deste cenário começou a mudar, há alguns anos, conforme conta matéria recente do repórter Gardiner Harris, no New York Times. Laboratórios chineses e indianos parecem ter-se capacitado para entrar no mercado das drogas mais sofisticadas. Não são principiantes. Já produzem, segundo o jornal, cerca de 80% dos ingredientes ativos das drogas consumidas no mundo. O que parecem estar desenvolvendo agora é a tecnologia necessária para sintetizar os medicamentos mais potentes e caros.
Além de sacudir o mercado farmacêutico mundial, este possível passo adiante pode revolucionar o acesso das populações a medicamentos necessários para salvar dezenas de milhões de vidas. As indústrias de remédios chinesas e indianas produzem e vendem muito mais barato que suas congêneres norte-americanas e europeias. Seja por motivos estratégicos (atender a políticas de saúde de seus governos, dos quais são muito dependentes), ou por estratégias de negócio (conquistar fatias do mercado mundial hoje em poder das companhias líderes), elas têm derrubado as cotações. Há uma década, o presidente da Cipla, a gigante farmacêutica indiana, deixou atônitos e incrédulos os especialistas do setor ao anunciar que rebaixaria o preço do coquetel anti-AIDS a 1 dólar por dia. Hoje, a Cipla cobra, pelas drogas, US$ 0,20 ao dia – o que tornou o tratamento acessível a cerca de 6 milhões de pessoas, na África e Ásia.
Se o que chineses e indianos anunciam for verdadeiro, faltará apenas um obstáculo para mudar o mercado mundial de medicamentos e o acesso das populações à saúde: será preciso ampliar a janela aberta pela OMC em 2001. Ela precisa permitir também que as patentes sejam quebradas por Estados dispostos a assegurar o direito à Saúde também em casos de doenças não transmissíveis – responsáveis por 63% dos óbitos mundiais em 2008 (72% no Brasil).
É esta a batalha travada na reunião da ONU sobre doenças crônicas, da qual a presidente Dilma participou. O encontro não foi conclusivo. Segundo prevê James Love, da ONG Knowledge Ecology International (Kei), num artigo para a Al Jazeerra, a disputa deverá ser longa, acirrada e espalhar-se por distintos fóruns e instituições internacionais.
Em defesa de suas corporações, os governos dos Estados Unidos e a União Europeia aferram-se ao Trips e às normas rígidas da OMC. Sua estratégia prevê incluir, nos tratados comerciais firmados com países mais pobres, cláusulas que tornam ainda mais draconiana a proteção da “propriedade intelectual”.
Em contrapartida, um número cada vez maior de organizações da sociedade civil, governos e mesmo empresas do Sul invocará o direito à Saúde, e tentará torná-lo real em seus espaços nacionais e nos fóruns da ONU. Na Índia, já tramitam pedidos de quebra compulsória das patentes sobre diversos remédios. No Brasil, a fala de Dilma Rousseff na ONU é encorajadora – embora ainda não tenha se desdobrado em fatos mais concretos. Mas as manifestações não se limitarão aos BRICS. Ainda em 2009, conta James Love, Bolívia, Bangladesh e Suriname propuseram que a ONU considerasse “formas inteiramente novas” de custear a pesquisa de drogas contra o câncer.
Em seu artigo, Love não desconsidera a importância da pesquisa científica, nem de assegurar seu financiamento. Propõe que se quebre uma relação perversa e antinatural. A inovação tecnológica, diz ele, tem de estar associada à democratização do acesso – nunca opor-se a ela. As políticas de comércio internacional precisam promover os dois objetivos simultaneamente, ao contrário do que ocorre hoje. E, por meio de lutas e pressões sociais, os direitos humanos têm se ocupar um papel central, nas políticas de patentes.
Fonte: OutrasPalavras